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segunda-feira, 26 de novembro de 2012

QUEM GOSTA DE FADO? EU ADORO!



Quem gosta de fado? Eu adoro!


Nos dias de sombra me debruço nos braços de um fado
que me afaga como um colo de moça virgem
uma guitarra que chora alguma dor
Guitarra que chora comigo
que chora contigo
Oh Portugal!
de lembranças tais
que vivo
em um passado nas gavetas do meu inconsciente
e ciente de que já vivi contigo
oh Portugal !
tu estás em minha mente
na minha mente de vidas passadas
caladas por outra vida que as vezes penso não ser a minha
oh Portugal !
tenho saudades de ti
uma saudade
que não sei de onde vem
não sei para onde vai
mais quero um dia
oh DEUS! que distante não esteja
repousar em teus braços
saciar a minha sede de ti
nos teus mistérios caminhar.
Simone Costa

Dedico essa poesia aos amigos portugueses e a minha poetisa Maior Florbela Espanca

quarta-feira, 18 de julho de 2012

ARTE: Um salto no tempo e nos estilos artísticos.
 

um movimento artístico é uma tendência ou estilo emarte cuja filosofia e objetivo são seguidos por um grupo de artístas durante determinado período.Assim, cada época,cada região, cada artista tem seu próprio estilo,modo  único de ver, sentir, expressar e interpretar o mundo.


No Renascimento, o uso da tínta a óleo buscava aumentar  a sememelhança com a realidade.

A arte barroca valoriza mais a cor do que a forma.

A linha e o desenho predomina sobre a cor no neoclassicismo.

subjetividade e introspecção caracterizam o romantismo; objetividade científica e crua são as marcas do realismo.


O Dadaísmo prega o absurdo, o sarcasmo e a sátira na pintura, na poesia, na escultar, na fotografia e no teatro.


os movimentos  artísticos praticamente desapareceram na arte contemporânea caracterizada pelo individualismo, pela liberdade e pela diversidade.



                                                  
                                          HENRY FUSELI





pintura romântica de Henry Fuseli- o silêncio



" As grandes obras de arte somente são grandes por serem acessíveis e compreendidas por todos." (Leon Tolstoi)




fonte: agenda expoente-arte leitura de mundo.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

A poesia feminina potiguar de Palmyra Wanderley


Palmyra Guimarães Wanderley nasceu no dia 6 de agosto de 1894, em Natal. Em 1914 fundou juntamente com sua prima Carolina e outras jovens, a Revista Via - Láctea que seria a primeira feita por mulheres e dirigida ao público feminino, no Rio Grande do Norte. Esta revista circulou até o final de 1915 e cumpriu o importante papel de incentivar e divulgar a produção feminina do Estado.

Palmyra colaborou em diversos jornais e revistas de seu tempo, como A Imprensa, A República e A União, do Rio de Janeiro; Revista Feminina e Revista Moderna, de São Paulo; Pala dina do Lar, da Bahia; e Estrela, do Ceará, entre outras. Em Natal colaborou em A República, A Cigarra, Diário do Natal e Tribuna do Norte.

Entre os pseudônimos que adotou, lembro Mirthô, Li Lá, Masako e Ângela Marialva.

Em 1918, a poetisa publicou seu primeiro livro, Esmeraldas e, em 1929, Roseira Brava, que obteve menção honrosa da Academia Brasileira de Letras e ampla repercussão nos meios literários do país. Apesar de irregular, Roseira Brava inova ao tentar escapar dos dramas emocionais do eu poético. A autora elege a cidade de Natal como centro de seu lirismo e tenta apreendê-la plasticamente em poemas que exaltam suas formas e cores luminosas, cantando sua fauna, flora e tipos representativos da terra.

         Suas obras, em especial as inéditas foram várias, mas em vida publicou: Esmeraldas. Natal: Tipografia Comercial, 1918; Roseira brava. Recife: Editora d’A Revista da Cidade: 1929. (2 ed. Natal: Fundação José Augusto, 1965). Já seus trabalhos inéditos foram: A Festa das Cores (Opereta infantil); Neblina na Vidraça (versos); Minha Canção Auriverde (versos); Panorama Histórico (prosa e verso); Ecos do Bicentenário (prosa); Espelho Partido (versos); O Sonho da Menina sem Sonho (teatro); Vidro de muitas Cores (crônicas); Rosa Mística (versos); Contos e Lendas de tia Neném; Discursos e Conferências; Madame Laiseus; A Dama do Século (Conferência); Sutilezas Femininas (crônicas); entre outros.

         Mas Palmyra não parou por aí, ela escreveu vários textos memoráveis, entre esses, os que veremos a seguir:

Carta pelo vento

É novo o portador da carta que ora escrevo,

Resposta que te devo.

Não mando pelo mar, pois o mar tem paixões,

E anda sempre ocupado,

Cheio de cuidado

Em conquistar os róseos corações

das conchas, que são noivas dos corais.

Por ele eu não te escrevo, nunca mais.

Este novo correio

É mais seguro e muito mais ligeiro...

Não me inspira receio,

Chegando aí primeiro

Que a luz da madrugada,

Promete-me voltar

Quando a luz do arrebol, a luz crepuscular,

Estiver aumentada,

Não ama como o mar. Apenas diz à flor,

Qualquer coisa de amor,

É triste. É muito triste.

Como eu nunca o viste.

                      Escuto sempre o seu queixume eterno,       

No verão, pelo estio e pelo inverno,

Misterioso, sutil é mais veloz

Que os rouxinóis...

Olha e vê tudo.

Não fala

E não é mudo.

As árvores embalam...

Às vezes, o imagino uma ave rara,

De plumagem macia e muito clara,

Inquieta a voar de minuto a minuto,

Num vôo irresoluto,

Quando, zangado, as folhas arrebata,

Levando-as pelo chão, as corolas maltrata...

Mas quando bom, quando não se enfurece,

Tem cicios de prece...

Afaga e encrespa as águas das levadas,

Brancas, azuladas,

Dos regatos, dos rios.

Acompanha, em surdina, os doces murmúrios.

Todos sentem que passa e rumoreja,

Sem que ninguém o veja...

Sabes quem é que eu descrever intento?

— É o vento!

Mensageiro de arminho,

Que parte num galope,

Para levar-te, assim é o meu desejo,

— Em carta, transformado o meu carinho,

Meu coração em forma de envelope,

E no envelope o selo azul do beijo.



Que cheiro bom!

Que cheiro bom!...

Que coisa deliciosa

Cheirei, agora, como por encanto!...

Fosse, talvez, um cálice de uma rosa

Não cheiraria tanto.

De onde é que vem esse perfume assim?

Perfume novo e velho para mim,

Forte, tão forte, que me entonteceu,

Se mistura comigo e não sou eu? ...

Perfume que recorda o cheiro do teu lenço,

Mas não é,

Não é também incenso,

Mas se parece com insensação

Este perfume, a perfumar sem conta...

É que hoje cheirei de manhãzinha

A flor vermelha do teu coração

E fiquei tonta,

Tontinha...

Em suma, nossa patronesse faleceu no dia 18 de novembro de 1978, faleceu pobre e sozinha, em Natal, deixando um acervo cultural de suma importância para a cultura do Rio Grande do Norte.