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quarta-feira, 18 de julho de 2012

ARTE: Um salto no tempo e nos estilos artísticos.
 

um movimento artístico é uma tendência ou estilo emarte cuja filosofia e objetivo são seguidos por um grupo de artístas durante determinado período.Assim, cada época,cada região, cada artista tem seu próprio estilo,modo  único de ver, sentir, expressar e interpretar o mundo.


No Renascimento, o uso da tínta a óleo buscava aumentar  a sememelhança com a realidade.

A arte barroca valoriza mais a cor do que a forma.

A linha e o desenho predomina sobre a cor no neoclassicismo.

subjetividade e introspecção caracterizam o romantismo; objetividade científica e crua são as marcas do realismo.


O Dadaísmo prega o absurdo, o sarcasmo e a sátira na pintura, na poesia, na escultar, na fotografia e no teatro.


os movimentos  artísticos praticamente desapareceram na arte contemporânea caracterizada pelo individualismo, pela liberdade e pela diversidade.



                                                  
                                          HENRY FUSELI





pintura romântica de Henry Fuseli- o silêncio



" As grandes obras de arte somente são grandes por serem acessíveis e compreendidas por todos." (Leon Tolstoi)




fonte: agenda expoente-arte leitura de mundo.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

A poesia feminina potiguar de Palmyra Wanderley


Palmyra Guimarães Wanderley nasceu no dia 6 de agosto de 1894, em Natal. Em 1914 fundou juntamente com sua prima Carolina e outras jovens, a Revista Via - Láctea que seria a primeira feita por mulheres e dirigida ao público feminino, no Rio Grande do Norte. Esta revista circulou até o final de 1915 e cumpriu o importante papel de incentivar e divulgar a produção feminina do Estado.

Palmyra colaborou em diversos jornais e revistas de seu tempo, como A Imprensa, A República e A União, do Rio de Janeiro; Revista Feminina e Revista Moderna, de São Paulo; Pala dina do Lar, da Bahia; e Estrela, do Ceará, entre outras. Em Natal colaborou em A República, A Cigarra, Diário do Natal e Tribuna do Norte.

Entre os pseudônimos que adotou, lembro Mirthô, Li Lá, Masako e Ângela Marialva.

Em 1918, a poetisa publicou seu primeiro livro, Esmeraldas e, em 1929, Roseira Brava, que obteve menção honrosa da Academia Brasileira de Letras e ampla repercussão nos meios literários do país. Apesar de irregular, Roseira Brava inova ao tentar escapar dos dramas emocionais do eu poético. A autora elege a cidade de Natal como centro de seu lirismo e tenta apreendê-la plasticamente em poemas que exaltam suas formas e cores luminosas, cantando sua fauna, flora e tipos representativos da terra.

         Suas obras, em especial as inéditas foram várias, mas em vida publicou: Esmeraldas. Natal: Tipografia Comercial, 1918; Roseira brava. Recife: Editora d’A Revista da Cidade: 1929. (2 ed. Natal: Fundação José Augusto, 1965). Já seus trabalhos inéditos foram: A Festa das Cores (Opereta infantil); Neblina na Vidraça (versos); Minha Canção Auriverde (versos); Panorama Histórico (prosa e verso); Ecos do Bicentenário (prosa); Espelho Partido (versos); O Sonho da Menina sem Sonho (teatro); Vidro de muitas Cores (crônicas); Rosa Mística (versos); Contos e Lendas de tia Neném; Discursos e Conferências; Madame Laiseus; A Dama do Século (Conferência); Sutilezas Femininas (crônicas); entre outros.

         Mas Palmyra não parou por aí, ela escreveu vários textos memoráveis, entre esses, os que veremos a seguir:

Carta pelo vento

É novo o portador da carta que ora escrevo,

Resposta que te devo.

Não mando pelo mar, pois o mar tem paixões,

E anda sempre ocupado,

Cheio de cuidado

Em conquistar os róseos corações

das conchas, que são noivas dos corais.

Por ele eu não te escrevo, nunca mais.

Este novo correio

É mais seguro e muito mais ligeiro...

Não me inspira receio,

Chegando aí primeiro

Que a luz da madrugada,

Promete-me voltar

Quando a luz do arrebol, a luz crepuscular,

Estiver aumentada,

Não ama como o mar. Apenas diz à flor,

Qualquer coisa de amor,

É triste. É muito triste.

Como eu nunca o viste.

                      Escuto sempre o seu queixume eterno,       

No verão, pelo estio e pelo inverno,

Misterioso, sutil é mais veloz

Que os rouxinóis...

Olha e vê tudo.

Não fala

E não é mudo.

As árvores embalam...

Às vezes, o imagino uma ave rara,

De plumagem macia e muito clara,

Inquieta a voar de minuto a minuto,

Num vôo irresoluto,

Quando, zangado, as folhas arrebata,

Levando-as pelo chão, as corolas maltrata...

Mas quando bom, quando não se enfurece,

Tem cicios de prece...

Afaga e encrespa as águas das levadas,

Brancas, azuladas,

Dos regatos, dos rios.

Acompanha, em surdina, os doces murmúrios.

Todos sentem que passa e rumoreja,

Sem que ninguém o veja...

Sabes quem é que eu descrever intento?

— É o vento!

Mensageiro de arminho,

Que parte num galope,

Para levar-te, assim é o meu desejo,

— Em carta, transformado o meu carinho,

Meu coração em forma de envelope,

E no envelope o selo azul do beijo.



Que cheiro bom!

Que cheiro bom!...

Que coisa deliciosa

Cheirei, agora, como por encanto!...

Fosse, talvez, um cálice de uma rosa

Não cheiraria tanto.

De onde é que vem esse perfume assim?

Perfume novo e velho para mim,

Forte, tão forte, que me entonteceu,

Se mistura comigo e não sou eu? ...

Perfume que recorda o cheiro do teu lenço,

Mas não é,

Não é também incenso,

Mas se parece com insensação

Este perfume, a perfumar sem conta...

É que hoje cheirei de manhãzinha

A flor vermelha do teu coração

E fiquei tonta,

Tontinha...

Em suma, nossa patronesse faleceu no dia 18 de novembro de 1978, faleceu pobre e sozinha, em Natal, deixando um acervo cultural de suma importância para a cultura do Rio Grande do Norte.